A exposição Presente Futuro apresenta 38 propostas contemporâneas (objetos, serviços e iniciativas nas áreas de design de produto, design de moda e design gráfico) desenvolvidas em Portugal por vários coletivos de autores, empresas, instituições de ensino ou centros de investigação de norte a sul do país que se associam a esta iniciativa enquanto parceiros.
As propostas selecionadas cobrem setores tão diversos como a saúde e a nutrição, o desporto, a alimentação, os transportes, as comunicações, a segurança, a educação, a música. O denominador comum é serem um barómetro do presente em mudança, contribuindo de diferentes maneiras para uma alteração de atitudes, de comportamentos e de valores sendo exemplos do futuro em gestação.
Espelho das múltiplas questões em debate na atualidade, algumas das propostas selecionadas procuram soluções integradas para as necessidades essências do ser humano, partindo das ideias de simplicidade, responsabilidade social, sustentabilidade, eficiência, equilíbrio, economia de meios e respeito ambiental.
Perante a homogeneidade da economia global, o anonimato da produção em série ou as sucessivas catástrofes humanitárias, os problemas ambientais e as desigualdades sociais, vários designers recuperam saberes e práticas ancestrais, valorizando a sua qualidade e delicadeza, refletindo um diferente posicionamento ético sobre a produção e o desenvolvimento social. Regressa-se aos elementos naturais, básicos e elementares, retomam-se técnicas artesanais, investigam-se novos modos de reciclagem e reuso e procura-se reanimar as economias locais, envolvendo as comunidades e estimulando as trocas intergeracionais.
Outro dos caminhos são propostas que representam a aplicação de alta tecnologia, circuitos de comunicação/distribuição e desenvolvimento de novo software, dando sinal de como o design está cada vez mais inserido num processo multidisciplinar com outras áreas do saber, atuando nas mais diversas áreas como um garante de conforto, adequação funcionalista e humanidade.
Em termos expositivos, a proposta é levar para os corredores do Centro Comercial das Amoreiras – espaço comercial pioneiro em Portugal e um dos maiores exemplos do pós-modernismo – fragmentos tipificados do espaço expositivo clássico do museu (cubo branco) de modo a suscitar a descoberta de cada proposta por parte dos visitantes e consumidores. A localização e conteúdo de cada vitrina tem em consideração a proximidade das lojas das Amoreiras, tirando partindo dos circuitos existentes, ao mesmo tempo que potencializa o debate sobre cada setor de consumo. Em cada vitrina, a informação é redigida de uma forma direta, clara e acessível, dirigindo-se ao público geral. A informação é disponibilizada tanto em português como em inglês. A exposição insere-se na estratégia de dinamização do Amoreiras e realiza-se depois do Museu Nacional de Arte Antiga e do Museu Arpad Szenes-Vieira da Silva terem feito instalações especificas para este espaço. Para o MUDE, esta exposição trabalha o objetivo de ir ao encontro dos públicos mais variados, desenvolvendo um trabalho de sensibilização e consciencialização para a importância do design como fator de transformação social, de modo a contribuir para a formação de utilizadores mais informados, conscientes, críticos e criativos, provocando uma mudança de atitude perante a cultura material, o design e a vida.
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